Portuguese

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“Vim apenas para te dizer… não é necessário teres medo de Mim.”

O Misericordioso
Senhor Nrsimhadeva

Prefacio

Há alguns anos atrás, eu estava com uma banca de venda de fotografias durante a festa de domingo num dos nossos templos. Um devoto aproximou-se e segurou uma foto de Nrsimhadeva nas suas mãos. Encorajei-o a levar o Senhor para sua casa, mas ele disse:”Como se eu fosse qualificado para O adorar!”, e rapidamente saiu dali. Ele parecia ter medo do Senhor Nrsimhadeva.

Mais recentemente, a minha filha e o esposo retiraram a foto de Nrsimhadeva do seu altar porque tinham ouvido que alguns casais se tinham separado por adorarem uma deidade Ugra Nrsimha nas suas casas. Ugra Nrsimha é a terrífica forma do Senhor preparada para atacar os demónios e destrui-los completamente, para salvar o Seu devoto Prahlada. Para Lhe prestar adoração na sua forma de Deidade deve-se ser celibatário estrito, e há muitas regras estritas e métodos de adoração. Um aspecto é que ter a fotografia de uma Deidade no altar não é o mesmo que ter a própria Deidade, mas mais importante é que o Senhor Nrsimhadeva de Mayapur é extremamente misericordioso.

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Se lemos sobre o aparecimento e passatempos do Senhor Nrsimhadeva de Mayapur, publicados por Sua Graça Pankajanghri prabhu, descobrimos que o escultor avisou os devotos da possível devastação se eles adorassem incorrectamente Ugra Nrsimha. No entanto, porque esta Deidade de Nrsimhadeva apareceu na terra de Gauranga, Ele seria diferente de Ugra Nrsimha porque Ele iria adoptar o humor da Deidade predominante desse lugar. Esse humor, o humor de Nityananda e Gauranga, é esquecer as falhas dos devotos e apenas ver a sua devoção, além de os abençoar com amor por Krishna.

Está escrito que o Senhor Nityananda é o Senhor Balarama mais misericórdia. Ele é não diferente do Senhor Balarama e ao mesmo tempo diferente do Senhor Balarama por causa da sua misericórdia sem precedentes sobre as almas caídas. De facto, a morada de Nitai Gauranga é “audharya”, o que significa que manifesta a sua misericórdia sobre os devotos apesar das suas faltas. De modo semelhante, o Senhor Nrsimhadeva da ISKCON de Mayapur é não diferente de Ugra Nrsimha e ao mesmo tempo muito diferente de Ugra Nrsimha por causa da Sua misericórdia sem precedentes. Por isso eu comecei esta página na internet com o título “Nrsimhadeva Misericordioso”. O estudo cuidadoso dos passatempos dar-nos-á a realização de que este Nrsimhadeva de Mayapur é extremamente bondoso e misericordioso com todos. Depois de há uns anos atrás termos oferecido um conjunto de fatos de noite ao Misericordioso Nrsimhadeva, Jananivas prabhu sentou-se no templo comigo e com a minha esposa. Disse-nos que o Senhor Nrsimhadeva sente êxtase ao servir Gauranga, ajudando os devotos do Seu movimento de sankirtana.

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Eu ponderei na ideia de uma forma do Senhor servir outra forma. Não é verdade que o Senhor Balarama manifesta os sapatos e a sombrinha de Krishna e outras parafernália para O servir? Não é verdade que Nityananda serve Gauranga? E Advaita Acarya?

Já pensei várias vezes acerca das fotografias que faço do misericordioso Nrsimhadeva, sentindo que a sua face revela não fúria mas um enorme e extático sorriso. Ouvir as palavras do prabhu Jananivas confirmou esse sentimento. Os Seus olhos podem revelar um êxtase profundo, no nível de desfrute da Suprema Personalidade de Deus – uma meditação interessante. Tal como explicado nos relatos que se seguem, “Apesar de muito feroz para os não devotos como Hiranyakasipu, o Senhor Nrsimhadeva é muito, muito gentil e amoroso com os Seus devotos como Prahlada Maharaja.”

O Senhor Nrsimhadeva apareceu a um devoto para lhe dizer: “Não é necessário temeres Me. Por favor abandona esse medo.”

Devemos receber isto no nosso coração e não temer esta forma muito pouco usual do Senhor Nrsimhadeva que reside na terra de Gauranga. Adora-Lo trará amor e protecção, não devastação.

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O SENHOR NRSIMHADEVA RECIPRÓCA INSTANTANEAMENTE

– por Pakajanghri Dasa

O facto de as pessoas adorarem ouvir histórias é uma das razões pelas quais algumas das escrituras Védicas foram gradualmente transmitidas na forma de história, como as histórias épicas Mahabharata , Ramayana e os Puranas.

Quando essas histórias se referem aos passatempos do Senhor com os Seus devotos, elas são chamadas Lilas. Sendo eu conhecido como pujari do Senhor Nrsimhadeva em Mayapur, muitas vezes me foi pedido para recontar algumas histórias relacionadas com Ele, mas diferentemente das Escrituras, estas “lilas” não têm autoridade excepto pelo testemunho dos devotos que as contam. Em muitos casos não houve outras testemunhas.

Embora, normalmente, eu seja muito céptico quando se trata de aceitar como verdadeiras as experiencias místicas dos outros, muitas coisas começaram a acontecer recentemente, obrigando-me a sentar e tomar notas.

Por exemplo, durante o último festival de Gaura Purnima, eu chamei uma mataji do meio da multidão e pedi-lhe para distribuir a caranamrita do Senhor entre as devotas, o que ela fez. Mais tarde quando ela voltou para trazer o pote da caranamrita vazio, ela afirmou que o Senhor Nrsimhadeva era muito misericordioso por reciprocar tão rapidamente.

“ Eu tinha estado a orar esta manhã para poder oferecer algum serviço directo a Ele, e agora você deu-me este serviço.”

“Sim”, eu disse,” os desejos são rapidamente satisfeitos no Dhama. Repara, no mesmo dia em que desejaste, ele cumpriu-se.”

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“Não, não no mesmo dia – no mesmo momento!” ela replicou. “No mesmo instante em que eu expressei o desejo de O servir, você chamou-me.”

“Ó! Isso é espantoso!” eu reconheci. “Ouviste como o problema de olhos da mataji Atmarati foi curado no mesmo momento em que os olhos originais do Senhor Nrsimhadeva Lhe foram devolvidos, depois de um doador Lhe ter trazido uns olhos novos?”

“Ó, sim”, ela disse-me. “ Na realidade, eu estava no mesmo edifício quando o Senhor Nrsimhadeva falou com ela”, ela acrescentou. “Você sabe, havia tanta energia no ar naquela noite que ninguém conseguiu dormir.”

Apenas alguns dias mais tarde, outro devoto revelou como o Senhor Nrsimhadeva o tinha ajudado: “ Eu estava a sofrer intensamente. Eu não conseguia sequer ficar de pé sem me encostar á coluna em frente ao altar do Senhor Nrsimhadeva. Eu orei: “ Por favor ajuda-me. Remove esta condição de sofrimento para que eu possa servir-Te plenamente!” Então, senti que toda a minha dor se estava a mover para cima e a sair do meu corpo. Simplesmente, saiu.”

Enquanto estava a ouvir isto, reparei noutra devota que tinha vindo para o darshana do Senhor. Bem cedo naquela manhã esta mataji tinha-me pedido conselho sobre o que fazer, pois ela estava aflita com um problema que contaminava o seu corpo desde há duas semanas. Este problema não lhe permitia pintar algumas Deidades em Assam, apesar de ela estar responsável por o fazer e ter já o bilhete para ir.

“Mataji”, exclamei enquanto me dirigia a ela, “ O Senhor Nrsimhadeva está a dar bênçãos instantâneas. Porque não lhe pedes que Ele remova o teu problema?” Na manhã seguinte, quando ela me viu, disse-me: “Muito obrigada pelo conselho. Você sabe, quando cheguei a casa ontem, vinda do Templo, o meu problema tinha desaparecido completamente!”

Alguns dias mais tarde, outra devota veio ao quarto de pujari e contou-nos sobre um sonho que tinha tido. O Senhor Nrsimhadeva caminhava e conversava com ela como um pai. Quando ela Lhe perguntou como podia servi-Lo, Ele disse-lhe para ela Lhe oferecer algumas mangas. Cerca de uma semana mais tarde, quando ela trouxe as mangas para oferecer, Jananivas estava a comentar com outros pujaris o quanto ela era afortunada por o Senhor ter aparecido no seu sonho, ter falado com ela, ter-lhe dado a mão e instruções pessoais enquanto caminhava ao seu lado. Nessa altura a devota exclamou: “ Na realidade há mais sobre o sonho, além daquilo que eu contei anteriormente.

O Senhor Nrsimhadeva também me disse: “ O meu pujari é Me muito querido e Eu vou leva-lo de volta para junto de Mim.”

“Ó, por favor não faça isso”, exclamei atemorizada. “ Nós queremos que ele fique aqui.” “Não, Eu penso que é melhor leva-lo.” Depois de discutirmos durante muito tempo, o Senhor disse firmemente: “ Está bem, então levarei um dos líderes.” E vocês sabem como há apenas alguns dias atrás, Sua Graça Gaura Govinda Swami, que era GBC, sannyasi e guru, abandonou o seu corpo de repente, aparentemente de “ataque cardíaco”. Eu não fiz qualquer menção antes pois não queria alarmar ninguém, mas agora que já aconteceu, sinto que está bem falar.”

Quando repeti esta história ao meu amigo Visvambara, da Carolina (EUA), ele disse-me: “È impressionante. A minha esposa também sonhou com o Senhor Nrsimhadeva e com mangas. Sabes, ontem quando ela estava a passear fora do complexo de Mayapur, ela viu um frasco com picles de manga numa loja e desejou compra-lo para o Senhor Nrsimhadeva. Mas duvidando da pureza dos ingredientes, ela retraiu-se. No entanto, esta noite o Senhor Nrsimhadeva apareceu no sonho dela e perguntou: “ Onde estão os Meus picles de manga?” Quando o Senhor Nrsimhadeva veio pela primeira vez para Mayapur, todos os pujaris estavam relutantes em adorar a Sua forma terrífica. Bhava-siddhi das estava particularmente amedrontado e sempre muito nervoso durante a adoração. Uma noite, depois de colocar o Senhor a dormir, ele estava a sair do Altar quando ouviu um barulho de tal forma estrondoso que todos os cabelos do seu corpo ficaram em pé. Olhando para trás aterrorizado, verificou que tudo estava no seu lugar.

Saiu rapidamente, trancou a porta e prestou reverências, pedindo perdão por qualquer ofensa que pudesse ter cometido inadvertidamente. No fim daquela noite foi acordado pelo abanar da sua cama. Bhava-siddhi dormia na cama de cima do beliche, por isso pensou que era o pujari da cama de baixo a levantar-se para o mangala arati.

No entanto, quando abriu os seus olhos viu o Senhor Nrsimhadeva sentado na sua cama. O pujari afortunado ficou cheio de medo, quase até ao pondo de pânico. Quando tentou levantar-se, o Senhor Nrsimhadeva colocou as mãos nos seus ombros, fazendo-o sentir, praticamente, o peso do universo.

“Fica em paz, fica calmo”, o Senhor consolou-o. “Eu vim apenas para te dizer que quando Me adoras no Templo, não há necessidade de teres medo de Mim. Por favor, abandona esse medo.”

O Senhor então desapareceu, mas Bhava-siddhi começou a correr para cá e para lá ao longo da varanda do Edifício Longo, onde dormia. “O que te aconteceu?”, perguntavam alguns devotos preocupados. Mas recebiam apenas respostas incoerentes. Por isso começaram a pensar que talvez ele tivesse ficado maluco ou vítima de algum fantasma. Por fim, Bhava-siddhi correu para o Templo e prostrou-se á frente da porta do local de adoração de Nrsimhadeva e ofereceu orações do fundo do coração. Depois de algum tempo sentiu-se já levemente apaziguado e começou a dirigir-se para o seu quarto.” Pergunto a mim próprio porque estão todos pasmados a olhar para mim”, pensou. Quando olhou para baixo, a resposta tornou-se óbvia: estava vestido apenas com a roupa interior!

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Eu vi Bhava-siddhi no ano passado, durante o festival de Gaura Purnima – está a viver nos Estados Unidos da América agora – e perguntei-lhe sobre o episódio.

“Sim”, ele respondeu, “Eu ainda tenho aquelas duas marcas do Senhor Nrsimhadeva nos meus ombros. Já quase que não se notam mas ainda cá estão.”

Ele não era a única pessoas a declarar ter visto o Senhor Nrsimhadeva. Uma vez, um devoto de um dos Templos vizinhos da Gaudiya Matha, veio para prestar reverências ao Senhor Nrsimhadeva e disse ao nosso pujari principal, Jananivas, que em Nrsimha Caturdasi (dia do aparecimento de Nrsimhadeva) ele tinha estado acordado durante toda a noite a cantar. Então, no fim da noite, o nosso Senhor Nrsimhadeva tinha-Se manifestado no seu quarto.

“Era a forma de Nrsimhadeva do vosso Templo. Ele estava vestido de vermelho e parecia estar a sorrir para mim. O meu Guru Maharaja disse que eu era muito afortunado e que devia vir aqui e adorar o Senhor Nrsimhadeva.”

Outra vez, os desesperados pais de um rapaz fugitivo, depois de procurarem por todo o país, acabaram por ouvir que o seu filho estava no nosso centro em Mayapur. Eles vieram imediatamente e passaram todo o dia á procura dele, perguntando na recepção e a alguns devotos, mas não tiveram qualquer sorte em descobri-lo.

No fim do dia, durante o sandhya arati do Senhor Nrsimhadeva, a mãe orou com as mãos juntas: “Meu querido Senhor, na última vez que vim aqui participei alegremente no canto e na dança, mas hoje o meu coração está partido por causa do meu filho desaparecido e eu já não tenho prazer em viver. Meu Senhor, se pelo menos o meu filho pudesse voltar para mim, então eu também levantaria as mãos e cantaria “Hari Bol, Hare Krishna.”

No preciso momento que ela proferiu estas palavras, alguém passou e parou em frente a ela e ao Senhor Nrsimhadeva: era o seu filho perdido! Ambos os parentes aceitaram iniciação vaisnava, abriram um centro Nama Hatta e estão cheios de entusiasmo a pregar as glórias do Senhor.

Há outras histórias – algumas hesito em repetir, outras não o posso fazer pois foram-me relatadas em segredo. Os devotos que me contaram estas historias sentiram a sua fé e convicção fortalecidas, e certamente que as minhas também. Por isso, se outros obtiverem o mesmo resultado da sua leitura – mesmo que essas histórias não sejam sastra – isso será muito benéfico. Elas ajudam-nos a avançar em Consciência de Krishna.

(Pankajanghri das filiou-se á ISKCON em 1973, na Inglaterra e um ano depois veio para Mayapur, onde o seu irmão gémeo, Jananivas já vivia. Desde essa data que ambos adoram zelosamente as Deidades aqui. Desde a instalação de Sri Nrsimhadeva em Mayapur em 1986, que Pankajanghri adora esta forma do Senhor, metade homem, metade leão. A sinceridade e pureza dos pujaris gémeos são exemplares para toda a comunidade vaisnava.)

– do Jornal de Mayapur.

O Aparecimento do Senhor Nrsimhadeva

na ISKCON Sri Mayapur

Baseado em uma conversa com Sua Graça Atmatattva dasa Adhikari

 

No dia 24 de março de 1984, à meia-noite e vinte minutos, trinta e cinco ladrões munidos de armas e bombas atacaram Sri Mayapur Candrodaya Mandir. Eles vexaram os devotos e os ameaçaram com escárnio. O maior espanto, contudo, veio quando os ladrões decidiram roubar as Deidades de Srila Prabhupada e Srimati Radharani. Destemidamente, os devotos reagiram contra os agressores. Como eles poderiam ver Srila Prabhupada e Srimati Radharani serem levados embora? Tiros foram disparados, alguns bandidos caíram, e o plano deles foi descontinuado. Srila Prabhupada foi resgatado, mas a bela forma de Srimati Radharani não mais agraciaria o altar principal.

Este incidente perturbou fortemente a mente dos devotos. Aqueles envolvidos na administração ficaram especialmente preocupados em fazer algo que fosse uma solução permanente. Essa não fora a primeira vez que os devotos haviam sofrido ataque e perseguição em Mayapur. Bhavananda dasa, o então co-diretor da ISKCON Mayapur, sugeriu que o Senhor Nrsimhadeva fosse instalado. Quando, no passado, ladrões haviam ameaçado os devotos no Yoga-Pitha, Srila Bhaktivinoda Thakura e seu filho Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura imediatamente instalaram Sri Sri Laksmi-Nrsimhadeva. Não houve mais perturbações. Outros devotos em Mayapur não estavam muito dispostos a seguir tão estritamente esses passos. O /pujari/ tem que ser um /naisthika-brahmacari/ (celibatário desde o nascimento), e a adoração ao Senhor Nrsimhadeva deve ser muito estrita e regulada. Quem estaria preparado para adorá-lO?

Apesar desta hesitação, Bhavananda dasa estava empolgado quanto a trazer o Senhor Nrsimha a Mayapur. Ele solicitou que eu e Bhaktisiddhanta dasa desenhássemos alguns esboços. Um dia, bastante espontaneamente, ele disse que as pernas da Deidade deveria ser dobradas, prontas para pular; Ele deveria estar olhando ao redor ferozmente; Seu dedos deveriam ser curvados; e chamas deveriam estar saindo de Sua cabeça. Esbocei uma Deidade nessa disposição.

Os devotos gostaram do esboço, e Pankajanghri dasa concordou em adorá-lO. Radhapada dasa, um rico devoto de Calcutá, ofereceu custear a escultura e a instalação da Deidade. Parecia que o aparecimento do Senhor Nrsimhadeva na ISKCON Mayapur seria algo simples e rápido. Radhapada dasa prontamente doou 130.000 rúpias, e demos por certo que a Deidade estaria pronta para instalação em três meses.

Parti para o sul da Índia a fim de organizar tudo. Pela graça de Krsna, logo encontrei um /sthapati/ muito famoso. Um /sthapati/ não apenas esculpe Deidades; ele também é perito em arquitetura e engenharia de templos. O homem estava muito bem-disposto e solícito, até que mencionei que a Deidade que queríamos era de Ugra-Nrsimha. Ele enfaticamente recusou-se a fazer tal Deidade. Aproximei-me de muitos escultores de Deidade, mas a resposta era sempre a mesma: Não. Eu já havia feito numerosas viagens entre Mayapur e o Sul da Índia – seis meses haviam se passado –, mas o Senhor Nrsimhadeva ainda não havia manifestado Sua forma de Deidade.

Radhapada dasa estava muito ansioso por ver a instalação do Senhor Nrsimhadeva em Mayapur. Ele pediu-me que eu visitasse o /sthapati/ original que eu vira e novamente apelasse em nosso favor. Desta vez, o escultor estava um pouco mais cordial e ofereceu ler para mim um capítulo do /Silpa-Sastra/ (uma escritura Védica sobre escultura e arquitetura de templo) que lida com as diferentes formas de Deidades. Ele leu alto alguns versos descrevendo o Senhor Nrsimhadeva. Uma série de versos descrevendo Sua juba similar a fogo, Seu olhar perseguidor, e Seus joelhos dobrados com um pé à frente pronto para saltar do pilar. Quando ele leu isso, fiquei embasbacado. Era exatamente o que desejávamos. Eu lhe mostrei o esboço que eu havia feito. Ele ficou impressionado e se dispôs a fazer um croqui baseado na descrição escritural, o qual poderíamos usar como um guia para esculpir a Deidade. Ele lembrou-me, no entanto, que não seria ele quem esculpiria a Deidade. Ele levou uma semana para completar o croqui, e ele ficou deveras impressionante. Retornei a Mayapur e mostrei o croqui às autoridades do templo. Todos queria esse mesmo /sthapati/ como o esculpidor. Fui novamente enviado para o Sul da Índia de modo a tentar convencê-lo.

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Fui diretamente para a casa do /sthapati/. Eu estava muito ansioso. O que eu poderia fazer além de orar pedindo que o Senhor Nrsimhadeva fosse misericordioso e concordasse em manifestar-Se em nosso templo em Sri Mayapur Dhama? Eu mal dissera duas frases quando o homem disse muito decididamente que ele iria esculpir a Deidade. A história de como ele chegou a essa decisão merece ser contada.

O /sthapati/ havia buscado seu guru, o Sankaracarya de Kanchi-pura, para conversar sobre a nossa solicitação. A resposta imediata de seu guru foi: “Não faça isso. Sua família será destruída”. Mas então, após um momento de reflexão, ele perguntou: “Quem solicitou a você que esculpisse essa Deidade?”. Quando ele ouviu que eram os Hare Krsnas de Navadvipa, ele ficou muito preocupado. “Eles querem Ugra-Nrsimha? Eles estão cientes das implicações de esculpir e instalar Ugra-Nrsimha? Tais Deidades foram esculpidas há mais de 3000 anos por /sthapatis/ elevadíssimos. Há um lugar a caminho de Mysore onde um Ugra-Nrsimha muito colérico está instalado. O demônio Hiranyakasipu está rasgado sobre o Seu colo e seus intestinos estão saltando para fora por todo o altar. Por certo tempo, o padrão de adoração lá foi muito alto. Havia uma procissão de elefante e um festival todos os dias. Gradualmente, porém, a adoração decaiu. Hoje, aquele lugar é como um vilarejo fantasma. Toda a vila se encontra desértica. Ninguém pode viver lá pacificamente. É isso que eles querem para o projeto deles?”.

O /sthapati/ respondeu: “Eles estão insistindo bastante. Eles constantemente vêm ter comigo para falar sobre a Deidade. Ao que parece, eles tiveram alguns problemas com gangues de ladrões armados”. Entregando ao seu guru um croqui da Deidade, ele disse: “Esta é a Deidade que eles querem”. Seu guru pegou o croqui e ficou olhando para ele reflexivamente.

“Ah, esta é a categoria /ugra/”, ele disse, “mas uma Deidade neste humor particular se chama /Sthanu-Nrsimha/. Essa Deidade não existe neste planeta. Nem mesmo os semideuses nos planetas celestiais adoram uma forma como esta. Sim, a Deidade pertence à categoria /ugra/. /Ugra/ significa feroz, muito irado. Há nove formas dentro desta categoria. Elas são todas muito furiosas. A forma que eles querem é /Sthanu-Nrsimha/: saltando do pilar. Não. Não esculpa esta Deidade. Não será auspicioso para você. Conversarei com você sobre isso posteriormente”.

Algumas noites depois, o /sthapati/ teve um sonho. No sonho, seu guru foi até ele e disse: “Para eles você pode esculpir /Sthanu-Nrsimha/”. Na manhã seguinte, ele recebeu em mãos uma carta de Kanchi-pura. A carta era do Sankaracarya e apresentava algumas instruções concernentes a renovações para templo. Havia uma nota de rodapé. Ela dizia: Para a ISKCON você pode esculpir /Sthanu-Nrsimha/”.

O /sthapati/ mostrou-me a carta e disse: “Eu tenho as bênçãos do meu guru. Eu esculpirei a Deidade”. Eu estava transbordando em júbilo. Eu dei-lhe um pagamento adiantado e perguntei a ele quanto tempo ele levaria para esculpir a Deidade. Ele disse que a Deidade estaria pronta para ser instalada dentro de seis meses. Retornei a Mayapur.

Após quatro pacíficos meses no Dhama sagrado, decidi ir para o Sul da Índia e comprar a pesada parafernália de metal necessária para a adoração de Nrsimhadeva e então buscar a Deidade. A viagem foi bem organizada e sem nenhum percalço, até que visitei o /sthapati/. Expliquei a ele que toda a parafernália necessária para a adoração havia sido comprada e que eu estava ali para buscar a Deidade. Ele olhou para mim como se eu houvesse perdido a razão e exclamou: “Qual Deidade!? Eu nem mesmo encontrei a pedra apropriada ainda!”. Eu não podia acreditar em meus ouvidos.

“Mas você me disse que Ele estaria pronto em seis meses!”, eu exclamei.

“Eu manterei minha promessa”, ele disse. “Seis meses depois que eu encontrar a pedra, a Deidade estará pronta para a instalação”. Sua resposta foi enfática, mas eu simplesmente não podia compreender ou aceitar o atraso. Frustrado, eu o desafiei: “Há enormes placas de pedra por todo o Sul da Índia. Qual é a dificuldade?”. Ele olhou para mim da maneira com que um professor olharia a um estudante de lenta aprendizagem e disse deliberadamente: “Não estou fazendo um pilão, estou fazendo uma Deidade. As escrituras nos informam que unicamente uma pedra que tenha vida pode ser usada para fazer uma Deidade de Visnu. Quando você golpeia sete pontos da placa de pedra e cada um faz o som mencionado nas escrituras, então essa pedra pode ser apropriada. Há, todavia, um segundo teste para indicar se a pedra é uma pedra viva. Existe um inseto que come granito. Caso ele coma de um lado da pedra até o outro e deixe um rastro completo visível atrás dele, então o segundo teste da pedra viva foi atendido com sucesso. Essa pedra é uma pedra viva, e expressões podem se manifestar dela. Unicamente a partir dessa pedra eu posso esculpir o seu Nrsimhadeva. Semelhante pedra fala poesia. Todos os atributos de uma Deidade esculpida a partir de tal pedra serão completamente expressivos e belos. Por favor, tenha paciência. Tenho procurado zelosamente por sua pedra de um metro e oitenta”.

Eu estava impressionado e um pouco ansioso. Os devotos em Mayapur estavam esperando a chegada da Deidade em breve. Como eu iria explicar a busca da “pedra viva” a eles? Talvez eles fossem decidir-se por fazer Nrsimhadeva de mármore. Eu decidi deixar o assunto mais leve discutindo sobre a /murti/ de Prahlada Maharaja com o /sthapati/. “Por favor, perdoe-me, mas me esqueci de falar com você da última vez que vim que também queremos uma /murti /de Prahlada. Queremos adorar Prahlada-Nrsimhadeva. O que você acha?”.

“Não acho que isso será possível”, o /sthapati/ respondeu determinadamente. Eu olhei para ele incrédulo, sem saber o que dizer. Ele sorriu e continuou: “Vocês querem tudo feito exatamente de acordo com as escrituras. O seu Nrsimhadeva terá 1 metro e 60 centímetros de altura. Comparativamente falando, isso tornará Prahlada Maharaja do tamanho de uma ameba”.

“Mas queremos Prahlada Maharaja com 30 centímetros”, eu interrompi.

“Tudo bem”, o /sthapati/ respondeu, “mas isso significa que o seu Nrsimhadeva terá de ter cerca de 35 metros de altura”. Começamos a argumentar e contra-argumentar sobre a forma de Prahlada Maharaja. Por fim, o /sthapati/ suspirou em resignação e concordou em fazer Prahlada Maharaja com 30 centímetros. Ao menos eu agora tinha algo positivo para relatar quando retornasse para Mayapur.

Passados dois meses, voltei mais uma vez ao Sul da Índia. Nenhum desenvolvimento havia se dado. Fui e voltei de Mayapur para o Sul da Índia a cada trinta ou quarenta dias. Finalmente nossa pedra foi encontrada, e o /sthapati/ tornou-se um homem transformado. Por mais de uma semana, ele praticamente não passava nenhum tempo em casa.

Hora após hora, dia após dia, ele simplesmente passava seu tempo contemplando a enorme placa. Ele tinha giz em mãos, mas nada desenhava. Ele recusou-se a autorizar que seus operários fizessem algo além de remover o excesso de pedra a fim de tornar retangular a placa de pedra. Quando novamente o visitei, ele havia feito um esboço sobre a pedra. Isso era tudo. Eu estava preocupado. Os administradores de Mayapur estavam ficando impacientes.

“Você tem certeza que essa Deidade estará concluída dentro de seis meses?”, perguntei em desespero.

“Não se preocupe. O trabalho será feito”, ele respondeu.

Eu retornei a Mayapur, mas, tão logo cheguei, fui enviado de volta ao Sul da Índia para verificar alguns detalhes da Deidade. Encontrei o /sthapati/ pessoalmente esculpindo com intenso cuidado e dedicação. Nesse estágio, a pedra inexistia, e a forma passava a existir. O /sthapati/ havia acabado de começar os braceletes. Ele levou duas semanas para esculpi-los. Todos os atributos eram muitíssimo refinados e delicados. Eu estava impressionado e muito feliz.

O /sthapati/ levou um pouco mais de doze meses para concluir a Deidade. Quando ele completou o trabalho, ele não me informou imediatamente, senão que decidiu visitar alguns amigos por alguns dias. Era a estação das chuvas, havia poucos visitantes, e ele considerou seguro trancar o Senhor Nrsimhadeva sem problemas em sua choupana de palha. Dois dias depois, seus vizinhos correram para lhe informar que a choupana de palha estava em chamas. Houve uma chuva muito forte e tudo estava molhado, mas o teto de coqueiro havia se incendiado. Ele correu até o local, onde encontrou Nrsimhadeva intocado e a choupana reduzida a cinzas. Ele imediatamente ligou para mim: “Por favor, venha e pegue a sua Deidade. Ele está queimando tudo. Ele deixou claro que Ele quer ir AGORA!”.

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Eu viajei empolgadamente para o Sul da Índia, aluguei um caminhão e o enchi até a metade com areia. Cheguei ao estúdio do /sthapati/ pensando que esse estágio final seria relativamente simples. Eu havia tolamente me esquecido que o Senhor Nrsimhadeva é uma personalidade muito pesada: Ele pesa uma tonelada! Após duas ou três horas, conseguimos tirar seguramente a Deidade da choupana e levá-la para o caminhão. Para viajarmos seguramente pela fronteira, também necessitávamos de permissão policial, juntamente com papéis assinados pelo Departamento Central de Impostos de Venda, pelo Diretório Arqueológico e pelo Empório das Artes em Tamil Nadu.

Todos os funcionários públicos exigiram ver a Deidade antes de assinarem os papéis necessários. Uma vez que tinham o /darsana/ do Senhor Nrsimhadeva, todos eles ficavam muito prestativos e eficientes. Reunimos todos os papéis necessários dentro de vinte e quatro horas – um milagre considerando o pântano burocrático existente nos gabinetes governamentais da Índia. A viagem de volta a Mayapur também foi incrivelmente desimpedida e pacífica. O nosso protetor certamente estava presente conosco.

Geralmente, o /sthapati/ comparece no dia da cerimônia de instalação, adentra a sala da Deidade e esculpe os olhos da Deidade. Isto se chama /netra-nimilanam/ (o abrir dos olhos). Foi uma exceção o /sthapati/ do nosso Nrsimhadeva já ter esculpido os olhos. Ele não apenas esculpira os olhos; ele também havia feito um pequeno /puja/ e um /arati/. Tenho certeza que essa é a razão para os papéis terem sido providenciados tão solicitamente e o transporte do Senhor Supremo ter sido tão fácil. Ele já estava presente. E quem ousaria dizer não ao Senhor Nrsimhadeva?

A instalação do Senhor Nrsimhadeva foi muito simples, e durou três dias: de 28 a 30 de julho de 1986. Lembro de ter-me sentido apreensivo que talvez a instalação estivesse simples demais. Os ameaçadores avisos do Sankaracarya de Kancipuram haviam me marcado profundamente. Minha mente, entretanto, logo foi acalmada ao ouvir um dinâmico e sonoro /kirtana/. /Sankirtana-yajna/, a única verdadeira opulência de Kali-yuga, estava dominando a cena. Senti-me enlevado e satisfeito. O Senhor Nrsimhadeva, o protetor da missão de /sankirtana/, havia finalmente decidido manifestar-se em Sri Mayapur Candrodaya Mandir.

Tradução de Bhagavan dasa (DvS)

SRI NRSIMHADEVA

– O SENHOR NA SUA MAIS TERRÍFICA FORMA

Por Pankajanghri das

Om namo bhagavate sri maha-Nrsimhaya/ damstra-karala-vadanaya/ ghora-rupaya vajra-nakhaya/ jvala-maline mama vighnan paca paca/ mama bhayan bhindi bhindi/ mama satrun vidravaya vidravaya mama/ sarva ristan prabhanjaya prabhanjaya/ chata chata, hana hana, chindi chindi/ mama sarvabhistan puraya puraya mam/ raksa raksa hum phat svaha

“ Ó Nrsimhadeva, cuja forma é terrível por causa dos longos e afiados dentes; que é muito atemorizante de ver com fortes e longas unhas; e que está rodeado por chamas – destrói, destrói os meus obstáculos e afasta, afasta os meus medos. Aniquila, aniquila os meus inimigos; destrói, destrói o meu karma. Eclipsa, eclipsa! Mata, mata! Corta, corta! Satisfaz, satisfaz sempre o meu desejo (de Te servir) e protege, protege-me e tudo que me rodeia.”

Espantoso, não é – este mantra do Senhor Nrsimhadeva? Para aqueles que já tiveram darshana desta forma da Deidade aqui em Mayapur – especialmente no mangala arati, quando na escuridão da noite, as Suas portas se abrem para revelar a Sua magnífica figura, iluminada por 200 lamparinas, o que faz os Seus olhos e dentes brilharem na Sua face de leão com a boca escancarada – sabem que esta descrição não é exagerada. Enquanto está dentro da área do altar, o pujari oferece, em círculos, grandes lamparinas de ghee e cânfora, flamejantes e brilhantes.

Do lado de fora, muitos devotos esforçam-se para ter a visão do seu Senhor, pois eles sabem que este arati auspicioso vai acabar dentro de três ou quatro minutos. São quase 5 da madrugada. O arati acabou e as pesadas portas de madeira do altar do Senhor Nrsimhadeva são fechadas.

Entro no quarto de pujari, depois de oferecer prostradas reverências e orar pelas bênçãos de Srila Prabhupada e dos devotos reunidos. Enquanto estou perante o Senhor com mãos juntas, recito a seguinte oração: “Ò Kesava, ó Senhor do Universo! Ó Senhor Hari, que assumistes a forma de metade homem, metade leão. Todas as gloriais a Ti! Assim como se pode facilmente esmagar uma vespa com as próprias unhas, do mesmo modo o corpo do demónio semelhante a uma vespa, Hiranyakasipu, foi dilacerado pelas maravilhosas unhas afiadas de Tuas belas mãos de lótus.”

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Depois de limpar o chão e sentar-me num tapete de erva kusha, a adoração começa. A primeira coisa que faço é purificar os artigos que vão ser usados, tal como a mente e o corpo. Então medito na minha identidade espiritual como diferente do corpo, entendendo ser o servo eterno do servo do Senhor. A seguir vem a adoração ao meu mestre espiritual, Srila Prabhupada, com pasta de sândalo, flores, incenso, lamparina de ghee e algum alimento. Então, peço-lhe permissão para dar assistência na adoração ao Senhor Nrsimhadeva. Repetindo o mesmo procedimento para o Senhor Caitanya Mahaprabhu e Sri Prahlada Maharaja, começo a oferecer os 16 artigos de adoração através de mantras – por meio da água – ao Senhor Nrsimhadeva.

Toco com a minha cabeça nos pés de lótus da deidade de Prahlada Maharaja, pedindo as suas bênçãos.” Foi apenas para te livrar do sofrimento que te era infligido pelo teu pai demoníaco, Hiranyakasipu, que o Senhor Supremo apareceu na Sua maravilhosa forma de Nrsimhadeva. Ó Prahlada Maharaja, tu és um dos doze mahajanas, ou grandes autoridades do serviço devocional. Misericordiosamente abençoa-me com o entendimento das verdades espirituais.” No altar do Senhor Nrsimhadeva há 100 salagrama -silas. Retiro-as para oferecer o Abhishek. A sila grande que está no centro e usa uma coroa é uma Nrsimha salagrama.

Apesar de ser uma imposição escritural que devemos tocar com a nossa cabeça nos pés da Deidade, isso nem sempre é possível ou prático. Por isso usamos o “satari”, os sapatos da Deidade, colocados sobre aquilo que parece ser um capacete, e colocamo-lo por cima da cabeça dos devotos. Uma das bênçãos de se ser pujari é que se pode pôr a cabeça directamente nos pés de lótus do Senhor.

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Recebendo esta bênção e pedindo perdão por qualquer inconveniente que Lhe possa causar, retiro a roupa ao Senhor e limpo o seu corpo com um pano macio e húmido. O Seu corpo começa a brilhar quando o massajo com óleos refrescantes como khus e sândalo. A Sua forma é requintada, delgada e perfeitamente proporcionada. Ele parece poderoso mas também gracioso. Os joelhos do Senhor estão dobrados, prontos para saltar, e á volta dos Seus quadris está gravado um cinto. Possuindo um rosto com bochechas grandes, boca aberta e língua saliente, o Seu umbigo é profundo e o peito é amplo. O corpo transcendental de Nrsimhadeva é liso, macio ao toque e muito apelativo para os olhos. Ele está enfeitado com pulseiras e outros ornamentos. O Senhor tem oito braços. Em seis das Suas mãos segura uma espada, uma flor de lótus, um disco, a concha, uma maça e um escudo. Para manter a sua promessa feita a Brahma, as Suas mãos da frente não possuem qualquer arma.

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O Senhor não tolera qualquer ofensa contra os seus devotos. È dito que o rosto é o reflexo da mente. Se isto for verdade, então podemos verificar o quanto furioso devia ter estado o Senhor Nrsimhadeva quando saiu disparado de dentro da coluna para atacar o maior de todos os demónios, Hiranyakasipu, que tentou matar o devoto puro do Senhor, Prahlada.

“Os Seus olhos enfurecidos assemelhavam-se a ouro derretido, a Sua juba brilhante ampliava as dimensões da Sua face atemorizante. Os Seus dentes mortíferos e a Sua língua afiada moviam-se como uma espada num duelo. As Suas orelhas estavam erectas e imóveis e as Suas narinas e boca escancarada pareciam as cavernas de uma montanha. As Suas mandíbulas eram aterrorizadoras e o Seu corpo tocava os céus.”

Quando se decidiu trazer uma Deidade do Senhor Nrsimhadeva para Mayapur, para protecção dos devotos e do Templo, três dos principais pujaris foram chamados pelos administradores para conversar sobre a importância de instalar esta Deidade. No entanto, quando se chegou ao ponto de saber quem iria fazer a adoração diária, ninguém estava com coragem de dar o primeiro passo.” Depois de tanto tempo á espera, a Deidade está finalmente pronta e ninguém quer adora-La!” A sua preocupação era obvia. E então eu fui destacado…. “Porque não queres tu adora-LO?”, perguntaram-me. “Tenho demasiado medo.” Foi a minha resposta. Tentaram intimidar-me: “Ó, provavelmente tu não estás a cumprir os quatro princípios…” “Claro que estou, mas…”

Afortunadamente, os nossos receios foram dissipados pelo prabhu Atma-tattva, que tinha procurado a Deidade no sul a Índia. Ele disse-nos que a princípio mesmo o sthapati (o escultor) se recusou a fazer tal Deidade, argumentando que ninguém adorava esta forma sthanu do Senhor Nrsimhadeva – forma feroz do Senhor quando Ele salta do pilar para matar Hiranyakasipu.

Geralmente aproximamo-nos da Deidade do Senhor para pedir alguma bênção, mas pedir-Lhe algo quando Ele está a tremer de fúria não parece uma coisa muito inteligente de fazer. È certamente melhor ir numa altura em que Ele está apaziguado, isto é, depois de ter matado Hiranyakasipu. Mas mais tarde, quando o sthapati descobriu que era para Mayapur Dhama, ele concordou, porque qualquer Deidade trazida para o Dhama, aceita o humor da Deidade que preside esse Dhama. Neste caso é audarya, “benevolente”, o humor do Senhor Caitanya Mahaprabhu. Sri Gaura-Hari!

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“Embora muito feroz, a mãe leoa é muito gentil com as suas crias. De modo semelhante, apesar de muito feroz para os não-devotos como Hiranyakasipu, o Senhor Nrsimhadeva é muito, muito gentil e agradável com os Seus devotos como Prahlada Maharaja.”

Enquanto visto o Senhor e recordo a Sua misericórdia, penso em como algumas pessoas mal interpretam o nosso propósito de adorar o Senhor Nrsimhadeva. Às vezes os devotos dizem que adorar o Senhor Nrsimhadeva está no humor de Vaikuntha e por isso não nos pode levar para Goloka Vrindavana, a residência suprema e mais íntima do Senhor. Mas o Senhor Nrsimhadeva está particularmente inclinado em relação aos devotos de Radha e Krishna. Ele é Krishna Ele próprio, aparecendo especificamente nesta forma para reciprocar com o nosso desejo de remover todos os obstáculos no nosso serviço devocional.

Se conseguimos sempre levantar as nossas mãos e chamar alto e com grande amor os nomes de Nitai-Gaura e Radha e Krishna, isso é fantástico. Mas se há algo no nosso coração que nos impede de fazer esse chamamento espontâneo, porque não ir com toda a humildade possível perante o Senhor Nrsimhadeva e pedir-lhe que com as Suas afiadas unhas possa retalhar esses desejos tortuosos de dentro do nosso coração e atira-los para bem longe… Esta é a Sua principal função. Srila Bhaktivinoda Thakura escreve: “ Por isso, orarei aos pés de lótus do Senhor Nrsimhadeva para que purifique o meu coração e me conceda o desejo de servir Krishna. Chorando, irei implorar aos pés de Nrsimhadeva que eu possa adorar Sri Sri Radha e Krishna em Navadvipa Dhama, livre de todos os obstáculos.” A sua oração continua: “ Nessa altura, pela misericórdia do Senhor Nrsimhadeva, irei exibir sintomas de amo extático por Radha e Krishna, e irei rolar no chão á porta do templo do Senhor Nrsimhadeva.”

Não revelou o Senhor Caitanya a Sua divindade perante Srivasa Thakura enquanto este estava a adorar a sua deidade de Nrsimhadeva, dizendo-lhe: “ Srivasa, não sabes que Eu sou a mesma pessoa a quem estás a adorar atrás dessas portas fechadas?” E então á cerca de Advaita Acarya, cujas ofertas de folhas de Tulasi e água do Ganges, juntamente com os apelos sinceros, fizeram o Senhor descender? È dito que Ele adorava uma Nrsimha salagrama!

Agora estou a colocar adornos no corpo do Senhor. Ajusto os Seus colares para que fiquem simétricos; aperto pulseiras brilhantes no Seu pulso e fixo belos anéis nos Seus dedos de lótus. “Estou tão perto de Ti Senhor e no entanto tão afastado. Quando me tornarei um Teu devoto?” Prahlada, o teu bhakta predilecto, indica-nos que não tem medo das Tuas ferozes boca e língua; dos Teus olhos tão brilhantes como o sol e das Tuas sobrancelhas franzidas. Ele não teme os Teus dentes pontiagudos e afiados, a Tua grinalda feita de intestinos e a Tua juba molhada com sangue; nem o Teu tumultuoso rugido que faz os elefantes voarem com medo; nem as Tuas unhas prontas para matar os teus inimigos. No entanto, ele afirma: “ Eu estou muito temeroso da minha condição de vida neste mundo material. Quando chegará o momento em que Me chamarás para o refugio dos Teus pés de lótus?”

Sei que Sri Prahlada afirma este último ponto apenas para o nosso benefício pois Ele está sempre completamente rendido a Ti.

Uma altura, eu também me senti rendido a Ti – pelo menos durante alguns segundos. Foi durante as grandes cheias em 1987. Enquanto Te oferecia puja, com água pela cintura, uma grande e assustadora cobra nadou para dentro do templo, passou por de trás de TI e parou a alguns centímetros de mim, vendo a sua passagem bloqueada. Depois de me examinar por alguns longos momentos, mergulhou, desaparecendo nas águas barrentas do Ganges. Sentindo-me num perigo eminente, verifiquei os pêlos de todo o meu corpo arrepiados, sem qualquer arma para me defender e sem poder fugir. Senti-me muito inseguro. Em tal situação desamparada, virei-me para Ti, ó Senhor, e soube que o meu destino estava completamente nas Tuas mãos. “És a Super Alma no coração de todos. Se queres que a cobra me morda, ela irá faze-lo; se não queres, ela não o fará. Vou continuar com o meu serviço. O resultado depende de Ti.” Então, recomecei calmamente, sentindo a segurança do Teu refúgio.

Acabei o puja da manhã, mas não consegui deixar de pensar no incidente. Fazia-me recordar a descrição que o Senhor Kapil faz acerca dos bebés dentro do útero. Na sua condição desprotegida e dolorosa, eles recebem o darshana de Paramatma, o Senhor no coração. Se eles são piedosos, oram prometendo que se Ele os salvar da sua condição de sofrimento, eles – depois de saírem do ventre – vão adora-Lo com exclusividade. Mas mal saiem e se encontram de boa saúde, eles esquecem tudo. No entanto, tenho muita fé que um dia serei capaz de Te servir adequadamente e para o Teu prazer. A propósito – durante todo o tempo em que o templo se manteve inundado por causa das cheias, a cobra vinha todos os dias, circumbulava a Deidade e depois saía. Quem sabe quem seria aquela cobra?

Colocando grinaldas de flores frescas e Tulasi, oferecendo pasta de sândalo, misturada com flores fragantes e folhas de Tulasi, aos Seus pés de lótus (o que simboliza oferecer tudo ao Senhor) a adoração da manhã está completa. Ouvindo os devotos reunirem-se lá fora faz-me despachar – é hora do darshana. Sopro a concha três vezes e abro as portas para revelar o resplandecente Senhor. Jaya Sri Prahlada – Nrsimhadeva! Os devotos prestam reverências, felizes por verem o seu Ugra-Nrsimha novamente. Nos seus corações sabem que Ele não é tão Ugra quanto parece.

(de um artigo publicado no jornal de Mayapur. Verão de 1994)

QUERO OS MEUS OLHOS DE VOLTA!

– por Atmarati Dasi
No ano passado, numa amena manhã de Dezembro, por volta das 11 horas, enquanto buscava a associação do Senhor magnifico e orava ao Seu mais querido devoto, Prahlada, encontrei-me envolvida num dos Seus passatempos no templo, muito para meu espanto.

Depois de oferecer as minhas reverências ao cativante Prahlada, que fica perto do seu Senhor com mãos juntas e delgado corpo, decorado com flores frescas e maravilhosos ornamentos, eu orei: “Meu querido Prahlada, você é perito em receber todo o tipo de bênçãos do Senhor Nrsimhadeva. Recebeste mesmo a bênção do perdão para o teu demoníaco pai, Hiranyakasipu. Por favor pede ao teu Senhor para abençoar esta pobre alma com a destruição de tudo que se interpõe no seu caminho de serviço devocional. Mostra-me o caminho para a verdadeira felicidade.”

Então, enquanto estava meditando na beleza e misericórdia do Senhor, ouvi uma voz muito doce e profunda: “Quero os Meus olhos de volta!” A principio, ignorei-a e mantive a minha mente conectada com a oração. Mas a voz falou pela segunda vez: “Quero os Meus olhos de volta!”. Tentando novamente desconsiderar esta mensagem clara, senti uma sensação quase dolorosa no meu coração. Fiquei pasmada. Que devia eu fazer? Então, a voz continuou: “ Vai ao quarto de pujari.” Está bem, pensei eu, não tenho nada a perder; se os pujaris pensarem que eu sou louca, na melhor das hipóteses perco um pouco do meu falso ego.

Orando ao Senhor para me dar força para cumprir a Sua ordem, prestei as minhas reverências e quase sem folgo, dirigi-me ao quarto de pujari. Aí encontrei Jananivas prabhu a ler o Srimad Bhagavatam. A atmosfera no quarto era extremamente serena a transcendental. Esperei durante vários minutos até que ele desse conta da minha presença. Depois de lhe contar tudo o que acontecera, pediu-me para ir ver o seu irmão gémeo, Pankajanghri prabhu, o actual pujari do Senhor Nrsimhadeva.

De algum modo eu senti que não precisava de fazer nada mais.

No dia seguinte, quando me voltei a aproximar da magnífica forma do Senhor Nrsimhadeva, a minha mente fervilhava com dúvidas. “E se aquela voz fosse apenas a minha mente, exigindo a cura dos meus olhos, que têm estado muito doridos e a ver mal, durante as últimas seis semanas?” Pensando deste modo, orei por uma resposta. A voz voltou a falar comigo, desta vez com um tom mais sério e firme: “ Terás os teus olhos de volta, quando Eu receber os Meus!”

A Sua forma emana sempre uma luz suave e o meu coração sentiu-se em paz e caloroso. Senti-me sobrecarregada com uma confiança fora do comum, como se a minha cabeça estivesse a tocar o céu.

Na manha seguinte, às 2: 20, acordei completamente fresca e lúcida. Era demasiado cedo para mim, pois costumo acordar por volta das 6 horas. Uma voz suave incitou-me para que me levantasse, tomasse banho e assistisse ao mangala – arati. Assim fiz.

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Depois da cerimónia estar terminada, a mesma voz insistiu para que eu seguisse o prabhu Pankajanghri desde o altar de Nrsimhadeva até ao quarto de pujari. Estava muito envergonhada e caiam lágrimas dos meus olhos. Sentia uma certa relutância no meu coração por ir revelar a minha mente.

Á medida que ele estava a preparar os artigos para o banho do Senhor, comecei a falar com ele. O prabhu Pankajanghri ouviu atentamente a minha história. Então, sem falar fosse o que fosse, sorriu e deu-me doces maha do prato do Senhor Nrsimhadeva.

Na manha seguinte, quando a minha filha voltou do templo, ela estava aos gritos: “ Mamã, mudaram os olhos de Nrsimhadeva! Agora Ele tem uns maravilhosos olhos vermelhos.” De acordo com o que a profunda e doce voz tinha prometido, a minha visão foi milagrosamente curada – dentro de três dias.

Todas as glórias, todas as glórias para o Senhor Nrsimhadeva de Sri Mayapur.

(Nota do editor: O Senhor Nrsimhadeva tinha, inicialmente, olhos vermelhos. Um dia, um devoto chegou a Mayapur e ofereceu duas pedras preciosas amarelas para os Seus olhos. Os pujaris, relutantes, fizeram a alteração. Por isso, ficaram felizes quando o Senhor revelou que queria os Seus originais olhos vermelhos.)

Atmarati Dasi é grega e aderiu á ISKCON em 1980.

OUTROS PASSATEMPOS DO SENHOR NRSIMHADEVA

Passatempo nº 1

O pujari do Senhor Nrsimhadeva teve um sonho surpreendente em que o administrador do templo o chamava, lhe pedia para trazer gasóleo e dizia: “Vamos sacrificar o Senhor Nrsimhadeva.” “Vão fazer o quê?”, exclamou o pujari. “Sim, vamos sacrificar o Senhor Nrsimhadeva.”

“Vocês não podem fazer isso. Isso é uma loucura.”“Limita-te a trazer o gasóleo, está bem?!” “Está certo, trarei o gasóleo mas não quero ter nada a ver com isso pois não faz qualquer sentido.” Algum tempo depois o pujari voltou para o templo e ficou completamente chocado ao ver que tudo tinha sido queimado por um enorme incêndio e que da Deidade apenas restavam os pés e tornozelos.

Na manha seguinte, aproximou-se do pujari chefe e perguntou se ele lhe poderia explicar o significado deste terrível pesadelo. Depois de ele pensar um pouco, começou a sorrir e disse: “Ó sim, ontem era o primeiro dia de Jaladan (o festival de gotejar água sobre a salagrama durante um mês) mas nós esquecemo-nos de o fazer, por isso o Senhor Nrsimhadeva está a avisar que Ele está ardendo por dentro e que tu deves imediatamente começar o Jaladan.” Fizemo-lo imediatamente!

Passatempo nº 2

Uma vez, enquanto a adoração estava a decorrer como normalmente, o pujari reparou que caíra uma das flores da grinalda de Nrsimhadeva. O pujari perguntou aos visitantes se alguém estava a oferecer alguma oração especial. As pessoas que estavam á frente não responderam nada, mas da parte de trás veio uma senhora com as lágrimas nos olhos. Ela disse: “A minha filha está casada desde há quatro ou cinco anos e não tem ainda filhos. A família do meu genro considera isso inauspicioso. Por isso eu estava a orar a Nrsimhadeva para que Ele a ajudasse na sua situação desesperada.” Então o pujari afirmou: “ A tua oração será satisfeita. A prova é que esta flor caiu da grinalda de Nrsimhadeva. Por favor recebe-a e guarda cuidadosamente. Podes lavar a flor e dar a água para a tua filha beber.” A mataji saiu e mais tarde o pujari esqueceu o assunto.

Um ano depois, a mesma mataji voltou, juntamente com a sua filha, o genro e um bebé recém-nascido. Apresentaram-se sorridentes perante o Senhor Nrsimhadeva e ela recordou ao pujari a oração que tinha feito um ano antes, em virtude da qual a filha tinha dado á luz um rapazinho muito bonito, a quem chamaram Prahlada. Uma vez mais todos eles ofereceram um belo puja a Nrsimhadeva – flores e frutos.

Passatempo nº3

Uma das nossa devotas do programa de Nama Hatta, Kalyani dasi, tem duas filhas, ambas casadas a já com filhos crescidos. A mais velha é Prathibha e a mais nova Anubha. As duas moram na mesma cidade, Berhampur. Uma vez o esposo de Prathibha ficou muitíssimo doente e em coma, às portas da morte. Juntamente com toda a família, a filha mais nova, Anubha, estava muito ansiosa acerca da situação do seu cunhado. Ela foi para o hospital e como devota orou em Mayapur frente ao Senhor Nrsimhadeva para ajudar o seu familiar. Voltou para casa e deitou-se com o coração pesado. No fim da noite teve um sonho no qual o Senhor Nrsimhadeva vinha para a sua beira e lhe dizia: “ Não te preocupes, o teu cunhado está bem.” Então ela acordou. Na manhã seguinte as notícias chegaram do hospital: o paciente estava bem, o soro e o oxigénio tinham sido retirados e ele estava capaz de falar.

Passatempo nº4

Houve uma luta numa aldeia e durante a briga uma pessoa foi atacada com ácido, resultando que todo o seu rosto ficou queimado e terrivelmente desfigurado. A visão de um dos olhos estava completamente perdida e o outro ficou com apenas 10% de capacidade. Os médicos disseram que o olho mais saudável acabaria também por se perder, brevemente. Eles sugeriram levar o paciente para Vellore (Sul da Índia) para ver se aí poderiam fazer algo. Naquela altura, um devoto que estava presente sugeriu que podiam orar ao Senhor Nrsimhadeva para pedir a recuperação dos olhos do doente. Por isso todos oraram frente a Nrsimhadeva, da ISKCON, em Mayapur. No dia seguinte, para grande espanto dos médicos, descobriram que o doente podia ver tudo muito bem.

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Passatempo nº 5

Uma devota russa costumava fazer grinaldas de Tulasi todos os dias para Nrsimhadeva. Estando muito satisfeito com ela, um dos pujaris de Nrsimhadeva deu-lhe como prasada uma das unhas falsas do Senhor. Ela recebeu-a e conservou-a consigo. Nessa noite teve um sonho onde viu que o Senhor Nrsimhadeva tinha vindo até ela e estava sentado na sua cama. O Senhor colocou os Seus dedos com as unhas afiadas no seu (dela) coração e retirando algo negro de dentro disse: “Vês isto, isto não é amor, isto é luxúria. Ainda há mais aí dentro. O que faço com isto?” Ela não conseguiu responder e acabou por acordar. Na manhã seguinte ela apresentou-se perante Nrsimhadeva e pediu-lhe para atirar aquilo para muito longe.

Passatempo nº 6

O pai de um dos devotos do Fórum da Juventude costumava discutir com o filho dizendo: “ Porque temos de adorar Nrsimhadeva quando Radha e Krishna estão presentes?”

O rapaz tentava fazer o pai entender que Krishna e Nrsimhadeva não são diferentes, mas o pai não parecia muito convencido. Durante o festival de aparecimento de Nrsimhadeva em 2003 (Nrsimha Caturdasi) o rapaz estava com o seu pai a assistir á cerimónia de Abhishek (banho) do Senhor Nrsimhadeva. De repente o pai do rapaz viu o rosto do Senhor Madhava no lugar do rosto de Nrsimhadeva. Voltou-se para ver Radha Madhava e depois de novo para Nrsimhadeva e confirmou que a face de Madhava estava em Nrsimhadeva. Isto continuou durante cerca de 20 segundos. Deste modo, o pai realizou que não há diferença entre Madhava e Nrsimhadeva.

Passatempo nº7

Durante o ano de 2004, a mataji Kavipriya, do sul de Calcutá e discípula de Sua Graça Jayapataka Swami, fez algumas pulseiras para o Senhor Nrsimhadeva. De alguma maneira, ela não pôde vir até Mayapur e oferece-las ao Senhor. Entretanto, começou a ficar doente de várias maneiras. Ela visitou muitos médicos e tentou inúmeros tratamentos, mas não conseguia curar-se. Finalmente, os médicos disseram-lhe que o seu problema era da tiróide e que eventualmente ela poderia perder a capacidade de andar, no futuro.

Estando muito ansiosa a pensar o que poderia fazer, de repente lembrou-se de Nrsimhadeva e das pulseiras que Lhe devia ter oferecido. Apesar de muito doente, ela fez o esforço de vir até Mayapur para Lhe dar as pulseiras. Depois de as oferecer ao Senhor Nrsimhadeva, todos os sintomas da doença foram totalmente removidos em três dias.

Passatempo nº 8

Obrigada, Senhor Nrsimhadeva

No dia 22 de Abril de 2005, Revati Sundari dd, de 8 anos de idade estava a trepar ao telhado de bambu da casinha de brincadeiras, no parque da zona de Grhasthas, no Dhama (lugar sagrado) de Sri Mayapur. Para sua grande surpresa, caiu através do telhado, aterrando de cabeça e tendo o tecto desabado por cima de si. Ela esteve em estado de choque durante uma hora, tremendo, chorando e sem coerência. Ela também sofreu concussões. Gaura Baba, o nosso maravilhoso vaisnava médico homeopático, tratou-a do choque e das concussões e sugeriu uma radiografia. Dali a três dias, Revati acordou durante a noite a vomitar sangue negro. Corremos com ela até Calcutá. Durante a viagem, um fluído claro estava a sair pelo seu nariz e logo depois começou um sangramento violento.

Levamo-la imediatamente a um bom pediatra, que recorreu ao melhor neurologista da cidade. Este ordenou uma radiografia e depois de verificar os resultados, mandou-nos para a clínica privada de um óptimo neurocirurgião. Revati foi imediatamente recebida. Os sintomas continuaram durante a noite e descobriu-se que o fluído claro que saía pelo seu nariz vinha directamente do seu cérebro. A radiografia mostrou claramente uma fractura na base do cérebro, pela qual o liquido cerebral estava a escorrer. Além disso, o cérebro estava inchado e o sangue estava a entrar ai, fazendo pressão. Ela sentia dores extremas na cabeça desde o acidente. Os médicos estiveram com ela durante vários dias, dando-lhe medicação intra venosa. A parte branca dos seus olhos ficou completamente vermelha. Ela parecia um trapo, com pouco interesse fosse no que fosse.

Finalmente, os médicos disseram que na manhã seguinte, bem cedo, iriam fazer um exame especial para ver todas as partes do seu cérebro de modo a determinar a extensão completa dos danos. Então, provavelmente, decidiriam operar para reparar os danos. Iriam dizer-nos perto da 9 da manha.

Telefonei ao prabhu Pankajanghri, explicando a situação e pedindo-lhe que, por favor, orasse ao Senhor Nrsimhadeva. Ele prontamente disse que faria um puja completo entre as 5 e as 7 da manhã, com banho e tudo o resto. O exame especial seria feito durante essas horas. Na manhã seguinte, quando me encontrei com os médicos, eles estavam espantados e afirmaram que o exame revelara que os danos estavam milagrosamente quase curados. Todos os sintomas, como as dores, sangramento pelo nariz, corrimento do liquido cerebral, vómitos, etc, tinham parado de repente.

Quando entrei para ver a Revati, ela estava sentada na sua cama, com olhos brilhantes e fresca, tendo recuperado a cor branca dos seus olhos. Obrigada, Senhor Nrsimhadeva! O comentário de Revati sobre tudo isto foi: “Avó, da próxima vez que algo me acontecer, não perca tempo com os médicos. Traz-me directamente para o Senhor Nrsimhadeva!”

Com gratidão e amor, a tua serva

Racitambara dasi

 

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Passatempo nº 9

O Senhor Nrsimhadeva é misericordioso mesmo com um não-devoto

O pai de Yashoda mataji, abandonou o corpo há dois meses com 85 anos.

Durante a sua estadia no hospital, Yashoda mataji arranjou um aparelho de música e pôs o maha mantra a tocar durante todo o dia e toda a noite. O seu pai estava realmente em semi coma mas quando ouviu o maha mantra começou a acordar gradualmente e com os olhos fechados parecia estar a apreciar a música e a vibração sonora.

Ele começou a seguir o ritmo batendo com a mão na beira da cama. O anel do seu dedo fazia um barulho como “don, don, don”, “don, don, don…” Parecia que ele estava realmente a meditar no maha mantra.

Inesperadamente, ele disse: “ Olha, está aqui um enorme homem com garras. A sua cabeça parece a de um leão. Ele está a entrar no meu quarto. Não o vês? Ele está a entrar…” O ancião, ainda de olhos fechados, afirmou: “Ó, sim, esqueci-me que vocês não o podem ver, mas ele está mesmo aqui. Não sei quem ele é.” Nessa altura, Yashoda mataji e as suas filhas olharam umas para as outras com grande surpresa e responderam: “Pai, Ele é o Senhor Nrsimhadeva.” “ O senhor quê? Eu não o conheço. Mas Ele está a abanar a cabeça para confirmar.”Yashoda mataji sentiu grande êxtase ao ouvir isto pois em sua casa tinha um modelo da Deidade de Nrsimhadeva de Mayapur e estava a oferecer orações sinceras de coração, para que o seu pai pudesse abandonar o corpo sem qualquer apego e que na próxima vida se tornasse um devoto. Continuamente, o pai dizia: “Olha, Ele está a sorrir para mim e a começar a falar…. Ò, Ele está a dizer que eu devo aprender a cantar o que vocês estão a cantar agora… O que é que vocês estão a cantar?” ele perguntou.

“ É um mantra para invocar o santo nome do Senhor.” Respondeu mataji Yashoda.

“Eu não o conheço, mas por favor ensina-me.” Ele disse.

“Está bem pai, repete depois de mim e ouve atentamente – Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare, Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare.” Yashoda mataji ensinou ao seu pai palavra a palavra pacientemente. Dentro de pouco tempo, ele aprendeu e começou a tentar…… e cantou tão bem. No dia seguinte, abandonou o corpo com tranquilidade.

Durante aquele fim-de-semana, nós, os devotos, juntamo-nos para fazer o kirtana para o pai da Yashoda mataji, durante o funeral. A mataji preparou uma grinalda prasada, água do Ganges, Tulasi e pôs tilaka na testa do seu pai. Tudo foi bem e apropriadamente feito de acordo com as instruções recebidas do seu guru maharaj, Sua Graça Giridhari Swami, através do telefone. A face do seu pai estava muito pacífica, as faces ligeiramente rosadas e o corpo macio. Depois dos procedimentos habituais, o corpo foi para o incinerador. Algumas horas mais tarde, as pessoas que trabalhavam naquele sítio vieram até nós e exclamaram, surpreendidas: “Nunca vimos umas cinzas tão brancas como jade e tão bonitas como as do seu pai! O que lhe aconteceu? O que estavam vocês a cantar para ele? Podem anotar isso? Nós queremos aprender a cantar e pensamos que também podemos cantar enquanto fazemos o nosso serviço aqui.”

Porque é que o Senhor apareceu pessoalmente perante alguém que nós consideramos que não é um devoto, prova a declaração das escrituras – se alguém está sempre absorto no serviço devocional ao Senhor, todos os membros da sua família também são beneficiados.

– de Lin Tulip

Taiwan (Ilha Formosa) 20 de Março 2006

PASSATEMPOS DE 2006 E 2007

 

Nrsimhadeva resolve o dilema de um pai

– 9 de Setembro de 2006

Os meus pais moram no distrito de Bankura, na aldeia chamada Chatna e são ambos devotos iniciados pela Gaudiya Math. O meu nome é Gauranga. Aderi á ISKCON de Mayapur há seis meses atrás e depois de terminar o curso de três meses de treinamento dos novos bhaktas, fui colocado no serviço de pregação.

Há apenas alguns dias atrás, mesmo antes de Jhulan Purnima, o meu pai veio para me levar de volta para casa por causa do pedido de vários familiares no sentido de eu prestar exames superiores e arranjar um diploma. Eu também tinha um leve desejo de ir e ver a minha mãe. No entanto, ao saberem das intenções do meu pai, devotos preocupados fizeram-lhe pedidos de coração – um deles até se colocou a seus pés, implorando-lhe para não me levar de volta para o mundo de maya. O meu pai, sendo ele próprio um vaisnava, sentiu-se num grande dilema. Por fim, tomou refúgio no Senhor Nrsimhadeva e orou pedindo orientação. Nessa noite, o Senhor Nrsimhadeva apareceu ao meu pai num sonho. O Senhor estava muito calmo e passou a Sua mão no meu pai e disse:” Meu querido filho, tu vais. O teu filho deve permanecer aqui aos Meus pés de lótus.” Depois de ver o Senhor, o meu pai, completamente assustado, começou a prestar reverências. Então o Senhor Nrsimhadeva desapareceu. O meu pai, feliz, disse aos responsáveis que eu devo ficar e continuar com meu serviço aqui. Eu também telefonei aos outros familiares e informei-os que este ano não estava na disposição de prestar qualquer tipo de provas.

Por favor, ajuda-me

No dia 10 de Dezembro de 2006, Deepak Gupta, de Delhi, inesperadamente contraiu varíola, durante o seu curso de Bhakti Sastri. Sem esperança nenhuma, ele consultou três médicos – alopático, homeopata e ayurvédico mas todos confirmaram a mesma coisa: “Descansa completamente isolado durante pelo menos 20 dias.” Deepak ficou muito aborrecido porque os seus pais apenas o tinham deixado vir para Mayapur depois de lhes ter pedido durante muito tempo, e agora tinha de faltar às aulas e perder também a associação de devotos antigos e sannyasis.

Depois de sofrer por três dias, Deepak já não podia tolerar mais e decidiu ir ao templo, onde chegou mesmo depois do sandhya arati. Estando em pé perante o Senhor Nrsimhadeva, ele disse: “Meu querido Senhor, vê só na condição miserável em que me encontro (o corpo dorido e coberto de feridas). Por favor, ajuda-me.” Então uniu-se á fila para receber maha prasada. O pujari assustado, vendo a sua situação, deu-lhe alguma prasada e chamou os guardas para o ajudarem a sair do templo, os quais lhe disseram para não voltar a entrar aí enquanto tivesse aquela doença contagiosa. Deepak voltou para o seu quarto deprimido com a ideia de ter de sofrer dessa maneira por 17 dias ou mais. Às duas da manhã do dia seguinte acordou, sentindo-se com muita energia. Preparou-se para tomar banho e para sua surpresa e felicidade, viu que as feridas do seu corpo tinham desaparecido tal como as marcas. Assistiu a todo o programa da manhã, sem sentir qualquer traço de fadiga. Deepak afirma: “ Estou realmente agradecido ao Senhor Nrsimhadeva por aquilo que fez por mim no Dhama. Ele salvou a minha vida. Não consigo explicar as dores que estava a sentir e Ele curou-me num dia.”

Carta de Andharupa devi dasi

– 3 de Outubro 2006

Hare Krishna. O meu nome é Andharupa dasi e fui iniciada por Srila Prabhupada em Miami, Florida, em 1975. Pediram-me para contar a minha história, sobre como fui curada da hepatite C. Durante o verão de 2004, Sua Graça Jayapataka Maharaja visitou o templo de Nova Ramama Reti em Alachua, Florida. Aproximei-me do Maharaja e pedi as suas bênçãos para a minha partida deste mundo. A minha doença era hepatite C em 3º grau – fibrose do fígado.

Eu estava a fazer um tratamento com a duração de 48 semanas, com apenas 45% de hipóteses de ser curada e com imensos efeitos secundários. Jayapataka Maharaja disse-me: “ Vês esta vara, ela tocou o Senhor Nrsimhadeva de Mayapur.” E então ele tocou a minha cabeça com ela.

Naquela noite tive um sonho: o meu corpo estava infectado com lepra e começava a desaparecer. Na manha seguinte, recebi uma chamada telefónica da Universidade da Florida. Os médicos disseram: “Parabéns, afinal você está livre da hepatite C. O vírus deixa de ser reactivo em apenas 8 semanas. Os médicos estavam espantados pois eu tinha genótipo 1, o tipo mortal da hepatite C.

Quando comecei este tratamento, orava ao Senhor Nrsimhadeva todos os dias: “ De acordo com o Teu desejo, podes levar-me deste mundo ou podes curar-me. O que Tu achares melhor. No entanto, por favor, permite-me estar sempre envolvida no teu serviço devocional puro.”

Obrigada, Senhor por me dares uma segunda oportunidade.

Obrigada pelo vosso tempo.

Com gratidão,

Andharupa dasi

 

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A inspiração do médico

O Dr. Bashudev Das é médico do Governo do Bangladesh. A sua filha de 20 anos, Mistee Das é estudante de medicina e ficou muito doente em Março de 2006. Foi-lhe diagnosticado um tumor maligno num ovário, estando a sua vida em perigo. Trouxeram-na para Mumbai para começar o tratamento. Mas logo os médicos perderam as esperanças. O Dr. Das foi visitar o templo da ISKCON em Juhu onde um devoto lhe entregou um panfleto sobre o próximo festival de Aparecimento do Senhor Nrsimhadeva (Nrsimha Caturdasi), em que ele participou. Aí, ele recebeu um pequeno livro sobre os passatempos do Senhor Nrsimhadeva de Mayapur.

Ele leu sobre algumas das curas milagrosas que o Senhor tinha feito e ficou convencido de que pela misericórdia do Senhor Nrsimhadeva a sua filha iria ficar curada. Voltou para o Bangladesh e ai contactou o pujari de Nrsimhadeva de Mayapur pedindo-lhe para que ele oferecesse um puja especial ao Senhor para salvar a vida da sua filha. Imediatamente, a saúde de Mistee começou a melhorar. Agora ela está a voltar gradualmente ao estado normal.

O Dr. Bashudev Das ficou tão inspirado com a misericórdia do Senhor Nrsimhadeva que mandou imprimir o livro dos Seus passatempos e distribui-os no Bangladesh.

Ele afirma: “Sinto que todas as pessoas deviam orar ao Senhor Nrsimhadeva pedindo avanço pessoal e espiritual.”

 

Milagre em Mayapur

No dia 28 de Outubro de 2006, Chakravarty Raj, de 14 anos e filho de Radha Kanta Gopal das e Padma Radhika devi dasi magoou-se quando um foguete explodiu no seu rosto. Foi imediatamente levado para o hospital. Os médicos disseram que tinha queimaduras de 2º grau no rosto e sugeriram um curativo facial imediato, tratamento químico duas semanas depois e então, operação plástica dali a seis ou doze meses.

Na manhã seguinte, os pais pediram ao prabhu Pankajanghri para oferecer um puja especial ao Senhor Nrsimhadeva, pela recuperação rápida de Chakravarty, o que foi prontamente realizado.

Durante os dois dias seguintes, ele esteve simplesmente na cama sem muito movimento e quase não podia abrir as pálpebras. Ele foi então levado para o hospital oftalmológico Disha, em Barackpur, onde descobriram que a parte branca dos olhos estava queimada mas as pupilas estavam ilesas. Por isso, não ia haver problema com a sua vista e um tratamento de 15 dias iria curar a parte branca.

Na manhã do dia 2 de Novembro, Padma Radhika dasi, aproximou-se do seu guru, Sua Graça Jayapataka Swami e contou-lhe o que se tinha passado. Ele indicou que iria orar por ele e aplicou óleo de Nrsimhadeva na sua testa. Nessa mesma manhã, Chakra foi levado para Calcutá para tratar as suas lesões faciais. Depois de recolher uma opinião no Hospital Apollo, durante a manhã, Chakravarty foi levado para o Hospital Railway, em Howrah. Um dos médicos mais antigos examinou-o e confirmou que era uma queimadura de 2º grau e mandou-o para a sala de preparação de curativos faciais. Mas em apenas três minutos uma das pessoas dos curativos correu cá para fora aos gritos e chamou os pais. Depois de verem Chakravarty os pais ficaram imóveis, cheios de admiração e espanto. Ali estava Chakra, em pé e sorrindo, sem qualquer sinal de ferimento ou marca no seu rosto! Nrsimhadeva ki Jaya.

Quando lhe pediram explicações, os médicos e outras pessoas presentes no local não conseguiram dar qualquer resposta válida. Um deles disse:” Voltai para o vosso templo e perguntai ao vosso Senhor sobre isto, yeh tho apke Bhagavan ka chamatkar hai. “ (Isto é um milagre do vosso Senhor.)

Todas as glórias ao Senhor Nrsimhadeva e todas as glórias a Sri Sri Radha Madhava.

Padma Radhika devi dasi
Directora da Escola Nacional Bhaktivedanta
Sri Mayapur

Novos Passatempos

(ainda não fazem parte do livro do Senhor Nrsimhadeva)

Nota: Se está a planear imprimir este livro em alguma língua, por favor consulte Pankajanghri prabhu antes de usar qualquer história nova. Pankajanghri.acbsp@pamho.net

A Misericórdia do Senhor Nrsimhadeva
mesmo para os não devotos.

A misericórdia do Senhor Nrsimhadeva de Mayapur é famosa e eu sei de uma pequena história. Conheço um casal, Ashok Ghosh e Shila Ghosh, de Calcutá que casou há doze anos atrás. Há cerca de quatro anos quando eu os conheci, eles partilharam as suas preocupações comigo. Tal como outros casais sem filhos que fazem tratamentos de fertilidade e têm fé em amuletos mágicos, este jovem casal estava inclinado a usarem meios artificiais para conseguir um bebé.

A propósito, eu sugeri-lhes que buscassem refúgio no Jagrata Nrsimhadeva, da ISKCON de Mayapur. Em 2006, no dia de aparecimento de Nrsimhadeva (Nrsimha Caturdasi), o casal veio a Mayapur e observou o voto seriamente, aproximou-se do Senhor e prestou-Lhe as suas sinceras oferendas, com rendição completa.Um ano mais tarde, quando visitei Calcutá, por acaso encontrei o casal e vi-os muito felizes. Para meu espanto estavam com um bebé nos braços. Perguntei quem era a criança. O casal contou-me as bênçãos que tinham recebido do Senhor Nrsimhadeva. Este é um claro exemplo da misericórdia do Senhor sobre seja quem for que busque o Seu refúgio. Este é um exemplo – mesmo um não devoto foi abençoado com a Sua misericórdia. O Senhor pode conceder qualquer coisa a qualquer pessoa que se renda a Ele e pronuncie o Seu Nome apenas uma vez.

Os antigos realizavam putrakameshthi yajna (sacrifício) para invocar as divindades e abençoar os casais sem filhos a recebe-los. Em Kali Yuga nós, as pessoas com vidas curtas, esquecemos esses tediosos rituais védicos. Nesta Era desastrosa, render-se a Deus e proferir os Seus santos Nomes é o maior sacrifício que podemos oferecer, tal como o Senhor Caitanya instruiu através de Sua Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada.

Como se diz no Vishnu Purana: “Dez anos de tapasya (sacrifício) em Sattya Yuga equivalem a um ano de tapasya em Treta Yuga, que equivale a um mês de tapasya em Dvapara Yuga e a apenas um dia de tapasya em Kali Yuga. Alguém que se rende ao Senhor e pronuncia o Seu Nome apenas uma vez, será abençoado pelo Senhor misericordioso, que proverá todas as suas necessidades e que no fim lhe dará uma oportunidade de alcançar o destino supremo, inalcançável mesmo para Indra, o rei dos Céus. Por isso, vamos sempre recitar o Maha Mantra:

HARE KRSNA HARE KRSHNA KRSHNA KRSHNA HARE HARE
HARE RAMA HARE RAMA RAMA RAMA HARE HARE

Ò Senhor Nrsimhadeva, imploro-Te que nos abençoes para que sempre nos recordemos de Ti. Por favor abençoe-me a ser livre de todos os obstáculos e viver com amor puro por Radha Madhava em Mayapur e ser servo Deles eternamente.

Lakshman das, Vrindavan, India

O Senhor Nrsimhadeva á porta

No dia 22 de Outubro de 2008, quarta feira á noite, estávamos a fazer o serviço normal de adoração no nosso templo da ISKCON em Houston. Eu e o meu esposo estávamos a vestir as Deidades Sri Sri Radha Madhava. Ouvi o meu telemóvel tocar várias vezes mas não quis interromper o nosso serviço, por isso não atendi. No entanto, quando tocou novamente senti que devia ser uma emergência. Por isso sai do altar e vi várias chamadas não atendidas do meu irmão espiritual Sua Graça Lashman Ram prabhu, de Atlanta.

Quando lhe liguei, ele deu-me a notícia mais chocante á cerca de Jayapataka Swami, nosso Guru Maharaja. Disse que Gurudeva tinha caído inconsciente em Mumbai. Não tinha a certeza sobre a causa, mas estava toda a gente preocupada. Depois disto, eu não fui capaz de concentrar a minha mente de modo apropriado no serviço, por isso comecei a orar desamparadamente às Deidades, enquanto acabava o meu serviço.

Mais tarde, liguei para Mayapur para saber mais novidades. Mesmo lá, eles não tinham uma visão clara sobre a causa da inconsciência de Guru Maharaja. Apenas nos disseram para orarmos. Quando voltamos para casa naquela noite, fizemos orações especiais ao Senhor Nrsimhadeva para a protecção de Guru Maharaja. Oferecemos 108 folhas de Tulasi e cantamos os 108 nomes do Senhor Nrsimhadeva. Passamos a noite em constante ansiedade e a orar.

De repente, eu estava em frente a uma porta. Quando abri essa porta, vi Guru Maharaja deitado numa cama. Entrei e fiquei ao lado da sua cama. Ele tinha tubos por todos os lados. Era intolerável vê-lo nessa situação. Comecei a chorar profusamente. Inesperadamente, a porta abriu-se escancarada e ali estava o Senhor Ugrastanu Nrsimhadeva de Mayapur, em toda a Sua glória. Quando Ele entrou, aproximei-me e ofereci reverências prostradas em frente ao Senhor Nrsimhadeva. Ele levantou-me e abraçou-me com os seus oito braços. Amorosamente, o Senhor falou: “Porque estás tão preocupada? Para te libertar das tuas aflições, vim aqui pessoalmente. Para te mostrar que estou a tomar conta pessoalmente, Eu vim aqui. Anda! Vou mostrar-te.”

O Senhor Nrsimhadeva levou-me pela mão até á cama de Guru Maharaja. Então, com o dedo pequeno da Sua mão esquerda, tocou na parte de trás da cabeça de Gurudeva. Gentilmente, com a unha do Seu dedo pequeno, começou a acariciar a parte de trás da cabeça de Gurudeva, na zona acima do pescoço. O Senhor continuou: “Vês, Eu estou a tomar conta pessoalmente. Por isso, não te preocupes.”

Senti-me protegida e apaziguada. Toda a minha ansiedade desapareceu. Eu sabia que toda a situação estava directamente nas mãos de Lotus do Senhor Nrsimhadeva. Acordei de repente e compreendi que tudo tinha sido um sonho. Mas senti-me muito aliviada. Ainda posso sentir o calor do divino abraço do Senhor Nrsimhadeva.

Esta foi uma experiencia muito profunda que aumentou o meu apego ao Senhor Nrsimhadeva. Mais tarde, quando a partilhei com Sua Graça Pankajanghri prabhu, ele insistiu que eu a escrevesse e mandasse para ele.

Sri Ugrastanu Nrsimhadeva Bhagavan ki Jaya!

Kalasudha devi dasi Houston, Texas, Estados Unidos

O cancro da tia desaparece

25 de Abril, 2010

Enquanto eu estava a traduzir os passatempos do Senhor Nrsimhadeva para o espanhol, recebi um telefonema da minha família da Nova Zelândia a dizer que a minha tia tinha um cancro agressivo e possivelmente apenas algumas semanas de vida.

A minha Irmã espiritual, Ganga devi (esposa do prabhu Param Dhama) também vive em Mayapur, por isso telefonei-lhe e pedi-lhe para, por favor, orar ao Senhor Nrsimhadeva por uma transição suave. A minha tia vinha todos os anos visitar-me, acompanhava-me ao templo e fazia serviço sempre que ai estava. Então, a Ganga disse-me que iria oferecer manjaris ao Senhor e orar por ela. Entretanto a minha família estava a pressionar-me para ir, pois diziam que não sobrava muito tempo.

Apanhei um avião para a Nova Zelândia e quando cheguei fui directamente para o hospital onde ela estava. Ela iria ser removida de lá nesse mesmo dia pois nada mais podia ser feito aí. Ela estava com apenas 30 kg e mal podia andar. Levamo-la para a casa da família e eu dei-lhe uma fotografia do Senhor Nrsimhadeva e disse-lhe que os devotos estavam a orar por ela. Inesperadamente, cada dia ela ficava mais forte. Começou a comer e a dormir melhor. Eu levava-a muitas vezes a passear numa cadeira de rodas, mas uma semana depois ela começou a caminhar sozinha. Durante a minha estadia, ela melhorou sempre. Três semanas depois tive que voltar para casa.

Desde essa altura que está a melhorar. Há dias atrás falei com ela ao telefone e disse-me que já engordou dez quilos e que faz exercício numa bicicleta fixa! O médico deixou de lhe dar medicação e todos que estão a fazer o seu acompanhamento dificilmente acreditam no que vêm. Eles ainda não descobriram o que se passa com ela. No ano passado recebemos o prabhu Pankajanghri no nosso templo de Málaga e numa aula ele disse que muitas vezes chamam ao Senhor “Doutor Nrsimhadeva.” Eu concordo!

Então, agora apenas oro ao Senhor que, já que deu uma segunda hipótese á minha tia, por favor lhe dê lucidez espiritual para que ela use o resto da sua vida de um modo que satisfaça o Senhor.Rasa Sundari devi dasi (GRS)

Málaga, Espanha

Chamas enormes

Janeiro de 2010

Sua Graça Pankajanghri prabhu disse recentemente que alguns meses atrás uma mataji estava a sofrer dum problema de saúde que se mantinha há anos. Quando ela leu sobre o Senhor Nrsimhadeva curar os devotos, ela entendeu que podia orar ao Senhor com essa intenção. Assim fez. A doença desapareceu.

Há algumas semanas atrás, Sua Graça Jananivas prabhu disse-me que um casal não conseguia conceber um filho. No ano passado o médico tinha examinado a esposa e dito que por causa de uma doença antiga as trompas estavam irremediavelmente fechadas. O casal buscou o refúgio do Senhor Nrsimhadeva. Recentemente foram ao médico que verificou que agora as trompas estão abertas, o que nunca acontece. E o esposo disse, feliz, que ela está grávida!

O prabhu Manohar Shyam disse que ultimamente tinha havido massivos fogos florestais na Argentina. Havia ventos quentes e o fogo estava a devorar tudo no seu caminho. Os bombeiros estavam a evacuar as pessoas das suas casas. A mãe de Manohar Shyama, que faz adoração a Nrsimhadeva de Mayapur, pôde ver as chamas de vários metros de altura a dirigirem-se para a sua casa. A família tinha guardado tudo o que podiam salvar num automóvel e estava quase a afastar-se da casa mas uma enorme parede de chamas estava, de repente, a apenas vinte metros. A mãe clamou por ajuda, com todo o seu coração, ao Senhor Nrsimhadeva. Subitamente, o vento mudou de direcção e as chamas afastaram-se, deixando a família e a casa ilesas. Pedimos á sua mãe que nos contasse tudo com pormenores. Normalmente os devotos são humildes e muitas vezes não contam as suas experiencias. Outros devotos serão inspirados pelas suas revelações.

Qualquer pessoa que tenha alguma coisa a dizer sobre as suas experiências, por favor escreva-as e mande-as para pankajanghri.acbsp@pamho.net.

Salva de um cancro maligno

No dia 18 de Março de 2009, Sri Maheshbhai Dhokia, um membro da congregação de Londres, telefonou-me e disse que a sua esposa, Srimati Jayshree Dhokia, sofria de um cancro maligno no útero e que ia ser levada para Frankfurt pela última vez.

Maheshbhai perguntou-me se os devotos de Mayapur podiam fazer algumas orações pela sua esposa. Os médicos de Londres tinham perdido a esperança e afirmavam que ela não duraria mais de três meses pois o cancro tinha-se espalhado por quase toda a parte inferior do corpo – área abdominal e pélvica.

Na manhã seguinte, expliquei toda a situação a Pankajanghri prabhu e pedi-lhe humildemente. Estávamos ambos na sala de pujari perto do altar de Radha Madhava. Naquela altura do ano eu estava a vestir a deidade de Mahaprabhu e Pankajanghri prabhu estava a fazer os preparativos finais para o Abhishek do Senhor Nrsimhadeva. Sua Graça Pankajanghri prabhu perguntou: “Qual o nome da mataji?” Dei-lhe o nome, escrito num papel. Na Alemanha, mesmo naquela altura a operação estava a decorrer para salvar Srimati Jayshree mataji. Depois de recobrar a consciência, ela disse ao seu esposo que tinha sonhado com o Senhor Nrsimhadeva de Mayapur.

Ela disse que Bhakta Prahlada Maharaja estava lá para lhe falar sobre as glórias do Senhor Nrsimhadeva. Ela também disse ao seu esposo que se sentia uma pessoa completamente nova e que algo maligno tinha deixado o seu corpo. De volta a Londres, foi levada aos médicos para a examinarem. Durante os exames, os radiologistas ficaram chocados ao descobrirem que não havia vestígios do cancro. Telefonaram para o hospital da Alemanha para confirmar os detalhes clínicos da paciente.

Os cirurgiões alemães que a operaram não podiam acreditar no que estavam a ouvir do radiologista de Londres. Eles ficaram chocados ao ouvir que já não havia vestígios do cancro. O grupo alemão de pesquisa médica está agora a estudar profundamente o caso. O que esses médicos não sabem é que há alguém chamado Senhor Nrsimhadeva, que protege os Seus devotos.

Quando ambos, Maheshbhai e a sua boa esposa Srimati Jayshree, vieram a Mayapur para ter um darshana intimo com o Senhor Nrsimhadeva, voltar á realidade e entender o que se tinha passado, Srimati Jayshree apenas chorou e chorou em frente do Senhor Nrsimhadeva. Jananivas prabhu resumiu todo o episódio. Enquanto abençoava o casal, disse: “ O Senhor Nrsimhadeva faz operações com as Suas unhas transcendentais e os devotos sentem-se bem-aventurados.” Jayshree mataji agora canta 16 boas voltas de Japa e vive uma nova vida consciente de Krishna. Ela agradece a todos os devotos da ISKCON e sente-se muito orgulhosa de se juntar á verdadeira família espiritual de Srila Prabhupada. Ela fez o voto de vir todos os anos a Mayapur e de estar perto do Senhor Nrsimhadeva. Ela também agradece a Jananivas prabhu e Pankajanghri prabhu por terem salvado a sua vida através das suas poderosas orações ao Senhor Nrsimhadeva.

Todas as glórias ao Senhor Nrsimhadeva!

Vosso servo, Nandkishore das

set2

O Senhor Nrsimhadeva pára tempestades

Lembro-me da altura em que testamos pela primeira vez o barco Nitai Pada Kamala, que tinha sido encomendado pelo meu Guru Maharaja, Jayapataka Swami, para os programas de pregação nas aldeias ao longo das margens do Ganga. Pediram-me para fazer a primeira viagem e eu queria levar os alunos da Gurukula. Organizamo-nos para cozinhar prasada para 120 pessoas mas de repente ficou escuro e enevoado, quase a chover. O prabhu Tara, que estava encarregue dos estudantes, disse-me que lamentava mas tinha que cancelar o programa pois os rapazes podiam ficar doentes. Fiquei chocado. Eu já estava na cozinha a preparar a prasada e outro devoto estava a cozinhar massa e o molho. Ouvi as palavras dele e corri imediatamente para o templo. Aí implorei ao prabhu Pankajanghri para orar ao Senhor Nrsimhadeva que parasse a chuva e dissipasse as nuvens escuras. Quando ele viu a minha determinação, disse: “Será de acordo com a tua fé.” Fui embora e continuei a cozinhar. Dali a dois minutos sai para ver o céu e as nuvens escuras abriram, criando um feixe de raios solares brilhando directamente sobre a escola. Telefonei ao prabhu Tara e disse-lhe: “Vai lá fora ver o que se está a passar e como está sol! Sem chuva!” Dali a vinte minutos, ele telefonou e disse: “Ok. Sim. Vamos!”

È incrível como o Senhor Nrsimhadeva reciproca instantaneamente. Mas mais espantoso foi que quando chegamos, cerca de três minutos antes de alcançarmos a margem, começou a chover, quando a missão estava terminada.


Tornado


Uma vez, Jayapataka Swami, estava numa viagem aérea para as Maurícias, quando um grande furacão atingiu aquela área. Um tornado estava a dirigir-se directamente para o templo. Quando eu tomei conhecimento, fui ao prabhu Pankajanghri e fizemos uma oferenda especial de artigos auspiciosos ao Senhor Nrsimhadeva. Oramos pela segurança do templo e dos passageiros. No dia seguinte soubemos que o furacão se tinha desviado e o avião e o templo tinham sido salvos.

Tusti Mohan Krsna das (JPS).

O pote de Prasada

De 2003 a 2009

Depois das cerimónias de Nrsimha Caturdasi (Aparecimento do Senhor Nrsimhadeva), normalmente há uma festa patrocinada por Sua Santidade Jayapataka Swami. Um ano, no entanto, ele deixou Mayapur logo a seguir ás cerimónias para actividades de pregação. Um devoto sentou-se com a sua esposa e criança fora do templo, num dos bancos perto da entrada. Ele disse: “ Se Jayapataka Swami foi embora, onde vamos arranjar a prasada?”

Alguns momentos depois de ele dizer isso, uma devote saiu do templo com um pote de barro e perguntou: “Queres alguma prasada?” “Ó, sim!” exclamou, enquanto recebia o pote. Era uma deliciosa preparação de vegetais com fatias de manga. O Senhor Nrsimhadeva adora manga. A família partilhou a prasada, rindo e comentando a misericórdia recíproca do Senhor. Mais tarde, o prabhu Jananivas disse que os pujaris não oferecem manga nas preparações salgadas. A manga deve ter sido misturada pois normalmente misturam as preparações das bandejas da Deidade, antes de as distribuírem.

Recentemente, a mesma família trouxe um colar de cristal com um pendente grande para oferecer ao Senhor Nrsimhadeva, esperando que Ele o usasse no Seu pescoço, com o pendente no Seu peito. Ficaram muito felizes por oferecer mas nunca O viram usa-lo.

 

 

Pastimes of Lord Nrsimhadeva not Mayapur based

Criança atropelada por um camião

Permitam-me contar-vos uma história verdadeira que aconteceu á acerca de 10 anos na África do Sul. O pai e a filha que viveram este evento contaram esta história a um amigo meu, sannyasi e devoto do Senhor Nrsimhadeva. Esta história apareceu tambem nos jornais e muitas das testemunhas deste acidente com o camiao tornaram-se devotas do senhor Nrsimhadeva. Isto aconteceu a uma simples família vaisnava que vive ai. Na altura eles tinham uma filha de 5 anos. Esta menina era uma grande fâ de Nrsimhadeva. Ela achava-O simplesmente engraçado, por parecer metade homem metade leão e sentia muita atracçao por Ele. Muitas vezes contava aos seus colegas sobre o seu Deus favorito, um leão e os miúdos questionavam-se sobre que tipo de Deus poderia ser este – um leão.

O que pode saber acerca de Deus uma menina de 5 anos? Ela nao era iniciada, nem os seus pais, tanto quanto me lembro. O pai seguia um guru e mais tarde deve ter aceitado iniciação. Mas havia uma pequena comunidade hindu com a qual estavam em contacto estreito.Um dia, a menina estava a jogar á bola cá fora com outras crianças, perto da estrada. A bola fugiu para a rua e a menina correu atrás da bola preciosa. Quase que não havia trânsito. Era uma estrada rural pouco usada. Mas nesse momento um camião com muita velocidade estava a descer a rua. A menina, na sua brincadeira, não viu o camião a aproximar-se.

O pai estava no primeiro andar da casa e viu a sua menina correr para a estrada. Viu também o enorme camião a descer, aproximando-se da sua filha a grande velocidade. Ele gritou-lhe mas ela não o ouviu. Por isso, ele saltou da janela do primeiro andar para salvar a sua filha, partindo ambas as pernas na queda e ficando a agonizar no chão.

Ele teve que ver a sua filha a ser atingida pelo camião e atirada pelo ar cerca de 20 metros. Todas as crianças e vizinhos que estavam por perto sentiram o seu sangue a gelar. Mais tarde o pai disse que na altura o seu único desejo era morrer. Do outro lado da rua apareceu um carro da polícia que também testemunhou o acidente. Como o camião tinha continuado a sua marcha, o polícia teve que parar o seu carro no meio da estrada para conseguir que ele se imobilizasse. O condutor do camião só com muito custo parou o seu veículo e aparentava estar muito embriagado. O polícia chamou imediatamente a ambulância e correu para a menina que estava imóvel no chão. O hospital mais próximo era uma pequena clínica privada.

A ambulância chegou mas os enfermeiros recusaram-se a levar a criança com receio de não terem as maquinas e dispositivos necessários para a socorrerem, devido às lesões que ela de certeza teria. Eles disseram ao polícia para chamar o hospital principal pois só eles conseguiriam ajuda-la de forma eficiente, uma vez que a sua espinha devia estar partida, entre outras lesões. O polícia estava desesperado, sem mesmo saber onde estava o pai da menina. Na realidade, ele nem sabia se ela ainda estava viva pois não tinha coragem de lhe tocar, não entendendo o quanto ela estava magoada. Por fim, ela foi levada para o hospital adequado acompanhada pelo polícia, tendo o pai também aparecido.

O médico-chefe ouviu o relato da situação e imediatamente foi feito um raio-X para ter uma primeira opinião. O policia queria ficar tranquilo quanto á situação da menina e esperou para ver os resultados do exame. Toda a gente estava chocada ao ouvir o terrível acidente que tinha vitimado a criança.

Então, a enfermeira trouxe as radiografias para o médico que ficou muito aborrecido. Ele começou a gritar com ela, dizendo-lhe que devia, por amor de Deus, trazer as radiografias certas pois era uma questão de vida ou morte. Ele ameaçou despedi-la pois tal erro era inaceitável.A enfermeira estava aterrorizada e não entendia o que se passava. Aquelas eram as radiografias da menina de cinco anos atropelada pelo camião! Ela ainda não estava ao corrente do que tinha acontecido com a criança. O médico dizia que aquilo era impossível pois a radiografia não mostrava qualquer osso partido. Ele limitava-se a repetir, uma e outra vez: “Impossível! Não pode ser.”

Entretanto, de repente a menina acordou e contou, completamente consciente, uma história que correu os meios de comunicação. No momento em que ela pegava na bola do chão, viu o camião a vir na sua direcção. A única coisa que podia fazer era gritar por ajuda. Ela não chamou pela mãe ou pelo pai mas sim pelo seu Nrsimhadeva. No momento em que o camião lhe ia bater, ela viu como Nrsimhadeva, de repente, a levantava do chão e lhe sorria dizendo: “Não tenhas medo, nada te vai acontecer.”Ela continuou a sua história, em como o Senhor a tinha colocado no chão do outro lado da rua. Enquanto a punha no chão, Ele, por acidente, tinha-lhe arranhado a cintura, que ainda lhe doía um pouco.

Ela descreveu o quanto bonito era Nrsimhadeva, o Seu cabelo, os Seus olhos, etc. Mas as suas garras eram muito afiadas, por isso Ele devia cortar as unhas! Ele usava um dhoti amarelo, etc. O médico não estava a entender nada e disse ao polícia que ela ainda estava em estado de choque e a alucinar, o que era normal.

Fizeram inúmeros exames á procura de lesões mas a única lesão que encontraram no seu corpo foram aqueles arranhões, que o médico afirmou serem de algum animal selvagem como um leão, pois já tinha tido casos assim no passado. Ele estava perturbado e perguntou porque a tinham trazido para o hospital pois não tinha sido atingida por um camião mas sim por um animal selvagem. O médico e a enfermeira que tomaram conta dela, tornaram-se, mais tarde devotos, ao saberem pelos pais quem era “aquele leão”.

Como podemos ver, os milagres ainda hoje acontecem. Não apenas no Mahabharata, nos Puranas ou nos Shastras que têm milhares de anos. A menina tinha muita atracção por esta forma de Deus e no seu desespero pediu-Lhe ajuda. O Senhor Nrsimhadeva não reparou se ela era iniciada e tinha o direito de chamar pelo Seu nome. Ele protege os seus devotos que sinceramente O adoram nos seus corações. Eu tenho a certeza que esta pequena rapariga não era uma alma comum. Quem sabe o que ela fez na sua vida passada? O sannyasi ouviu que ela gostava muito de doces e por isso preparou um grande prato cheio de doces, tão grande que ela não seria capaz de os comer a todos. Ele apresentou-lhe o prato enorme, ela retirou alguns deles e foi a correr brincar com os seus amigos. Mal ela saiu da sala, o sannyasi aproximou-se do prato e ficou com todo o resto dos doces, pois para si esta era a melhor Maha prasada disponível! Quem tinha estado ultimamente com o Senhor Nrsimhadeva? Talvez Narada Muni? A menina tinha estado de certeza e devia ser uma grande alma.

Jaya Nrsimhadeva!

Hari BolVosso servo, Shyam Gopal prabhu

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Ataque Terrorista

Maharaja Radhanath contou-me no outro dia uma história muito feliz e disse que eu a podia usar. Então, aqui vai. Os terroristas atacaram o Hotel Taj. Eles ficaram lá a lutar durante três dias. Uma carnificina completa. Os terroristas tinham-se organizado de tal forma que estavam sempre numa posição superior. Eles disparavam de cima para baixo. O Maharaja Radhanath disse-me isso. Eles tinham imensas granadas que criavam tanto fumo quando eram lançadas que quem estava de baixo não conseguia ver nada para cima.

Imagine que é um desses soldados ou policias e está no meio dessa nuvem de fumo. De cima há uma saraivada de balas dos terroristas a ataca-lo. Um desses soldados era um devoto nosso. Numa determinada altura, eles estavam a tentar perseguir essas pessoas através do hotel. Foram encurralados. Os terroristas estavam a arremessar todas as granadas e eles estavam dentro duma nuvem de fumo. Não conseguiam ver um palmo á frente do nariz. Não podiam ver para a esquerda ou para a direita e uma saraivada de balas está a ser disparada contra si. Apenas um muro de balas a aproximar-se. Este polícia devoto, apesar de estar no meio de outros dois policias, está completamente indefeso. Ele não vê nada á esquerda, não vê nada á direita, ele nem vê os seus colegas. Ele lembrou-se que tinha gravado no seu telemóvel as orações para Nrsimhadeva. Pôs as orações a tocar e orou intensamente ao Senhor Nrsimhadeva: “ Por favor, estou absolutamente impotente. Vou morrer. Salve-me. Estou completamente sem esperança.”

Quando o tiroteio acabou e o fumo desapareceu viu o seu amigo da esquerda e o seu amigo da direita mortos, cravejados de balas. Ele estava ileso. À sua frente estava um pilar gigantesco, que não tinha podido ver por causa do fumo. Quando estavam a atirar sobre ele, tinha sido o pilar a protege-lo. Ele pensou: “ Tal como o Senhor Nrsimhadeva saiu do pilar para salvar Prahlada, Ele pôs aqui o pilar para me proteger a mim!”Então, o meu simples ponto é que se tivermos esta fé, “Ò, quem me protegerá?” Krishna irá proteger-te, não te preocupes. Vou dedicar a minha vida ao Movimento de Sankirtana.

– duma aula do Srimad Bhagavatam. 19 Fevereiro, 2009. Mayapur.

Orador: Sua graça Badrinarayan prabhu